O cão ou o gato que engole um objeto pode estar correndo grave risco.Saiba como proceder nessa situação.
Você
já se deparou com o cão ou gato colocando objetos na boca? Sabe que,
dependendo do tipo de objeto engolido, as conseqüências podem ser
seríssimas? Mesmo quando a deglutição de objeto é percebida pelo dono do
animal, muitas vezes não é dada a atenção adequada, por
desconhecimento do risco existente.
Um
objeto quer permanece no organismo pode provocar lesão progressiva de
órgão interno com muita dor ou obstruir o esôfago, estômago ou
intestino, e levar à morte em casos extremos.Para evitar o sofrimento e
aumentar as chances de sobrevivência, é importante diagnosticar o
quanto antes a presença de corpo estranho e iniciar logo o tratamento.
São
sintomas típicos de ingestão de objeto o animal apresentar vômito (com
ou sem sangue), regurgitação, diarréia, febre ou dificuldade
respiratória.Numa situação dessas, é importante levar logo o animal ao
médico-veterinário para ele avaliar as alterações clínicas e verificar
se há presença de corpo estranho, o que pode ser feito por meio de
exames de imagem, como radiografia, ultrassonografia e/ou
endoscopia.Confirmada a presença do objeto, o médico-veterinário optará
por acompanhar a passagem do mesmo pelo trato alimentar até sair nas
fezes ou por provocar a expulsão dele por vômito ou, ainda, por
removê-lo por meio de endoscopia ou cirurgia.
Objeto no esôfago
É
necessário fazer a remoção do corpo estranho que impede a passagem dos
alimentos pelo esôfago.Além de a obstrução ocasionar muita dor e
febre, pode comprimir o coração e a traquéia, resultando em dificuldade
respiratória e arritmia cardíaca, e evoluir ainda para ruptura do
esôfago e morte súbita.
A
primeira opção é remover por endoscopia o objeto ingerido.Esse
procedimento necessita de habilidade, pois pode estar comprimido
estruturas importantes ou pode ter sido criada uma úlcera ou rompimento
de parede.A vantagem da endoscopia realizada por profissional
experiente é que demora apenas cerca de cinco minutos e, depois de
terminada, o pet retorna imediatamente à vida normal, sem precisar de
medicamentos nem de outros cuidados pós-operatórios.Quando não é
possível utilizar a endoscopia, a alternativa é a cirurgia torácica,
método invasivo que permite remover também o corpo estranho, porém,
além de necessitar de um cirurgião e de um anestesista experiente no
pós-operatório necessita de dieta especial e também do uso de
antibiótico, analgésico, antiinflamatório e curativos para ajudar na
cicatrização e evitar infecções.
Entre
os objetos mais encontrados no esôfago estão osso de frango, osso de
porco, vértebra de boi (rabada), nós de couro, aperitivos alimentares
caninos e anzol.
Objeto no estômago
Um
corpo estranho no estômago pode causar desde inflamação, dor, vômito,
falta de apetite e hemorragia até perfuração.Se for um objeto não muito
grande, a recomendação é removê-lo com endoscopia.Caso contrário, a
alternativa é recorrer à cirurgia.Os objetos mais encontrados no
estômago são agulha, anzol, brinquedos, alimentos como azeitona, caroço
de manga, caroço de pêssego, ossos, petisco canino, pelo (tricobezoar),
cabelo, moeda, chave, cadeado, lacre de requeijão, pedra, parafuso,
prego, bolinha de borracha, bolinha de pigue-pongue, bola de tênis,
chinelo, espeto de churrasco, esponja para lavar louça e tampa de
refrigerante, entre outros.
Objeto no intestino
A
presença de corpo estranho no intestino pode causar úlceras e
perfurações.Ao contrário do que possa parecer, o maior risco vem dos
corpos estranhos flexíveis e longos, como linha, barbante, tecido, fio
dental, fio de pesca, pano e toalha, entre outros.Por causa dos
diferentes movimentos realizados em diferentes trechos do intestino,
órgão que pode chegar a mais de dois metros de comprimento,esses
objetos, quando ficam com uma parte presa enquanto a outra é empurrada
para a frente, esticam e tornam-se cortantes.
Já
acompanhei muitos casos de corpo estranho linear em que tivemos de
remover mais de 20 centímetros de intestino ou até abrir e suturar mais
de 15 lugares para retirar um barbante.Em situações externas, a lesão é
tão extensa que não há mais como ajudar o animal.
Prevenir
é sempre a melhor estratégia.Cabe aos moradores da casa colaborar para
deixar fora do alcance dos animais os objetos que possam causar danos.
Por Franz Yoshitoshi
Fonte: Revista Cães & Cia. dez/2010, pág.53.